14 Outubro 2019

Redes Comunitárias - Parte 2

Esse é a sexta e última postagem da nossa série. O autor dessa postagem é o Rodrigo Troian, membro da ISOC Brasil. Há um vídeo, tratando do tópico e a seguir um pequeno texto.

Depois de entendermos os conceitos de Redes Comunitárias e as bases técnicas de administração de redes, podemos considerar como útil conhecermos mais a fundo os equipamentos que farão a última milha, os roteadores de pequeno porte e baixo custo.

Inicialmente, o entendimento de roteadores como computadores pode auxiliar no processo de escolha dos equipamentos que formarão a rede, permitindo maior propriedade e a devida atenção aos detalhes que terão maior importância em sua aquisição, como os requisitos de quantidade de usuários, capacidade de troca de sistema e tipo de antenas necessárias por exemplo.

Outro ponto importante a ser analisado quando se pensa em uma rede comunitária é o tipo de sistema operacional que estará sendo utilizado para esta rede, pois cada fabricante tende a ter seu próprio sistema que pode acabar por dificultar a administração e o crescimento dessa rede, além de criar um tipo de dependência do fornecedor para hardwares e atualizações dos equipamentos em caso de ampliação da rede.

Por este fato se considera o uso de softwares livres como o OpenWRT e o LibreMesh como alternativas viáveis, pois permitem a padronização dos sistemas independentemente dos fabricantes. Essa padronização associada a possibilidade de instalação de novos serviços e protocolos em roteadores também aumenta a capacidade de adaptação para diferentes cenários e demandas permitindo outros tipos de topologia que não a estrela tradicional em WIFI.

Neste cenário, o entendimento dos equipamentos nos demanda uma melhor compreensão do território, pois cada comunidade tende a ser uma topologia única, e por consequência tem camadas físicas e lógicas únicas para atender suas demandas e características, como por exemplo a distância entre casas/equipamentos , local de acesso a Internet, tendo serviços locais hospedados ou não, utilização de softwares de troca de mensagens e ou telefonia sobre essa rede entre outras.

Finalmente podemos perceber que o processo de entendimento do território passa por questões técnicas e também sócio-políticas, que analisa desde a disponibilidade de lugares para a instalação dos roteadores e acesso a energia elétrica até questões de quantos usuários próximos irá atender, qual o melhor ponto a ser colocado quando existem duas possibilidades próximas, quais serão as regras de uso da rede, qual será o tipo de controle exercido e por quem até como serão os processos de custeio e ampliação dessa rede.

Então se você se interessa por esse tipo de tema, possui curiosidade ou algum conhecimento técnico e gostaria de iniciar sua própria rede comunitária, se inscreva no capítulo brasileiro da ISOC e envie um e-mail para a lista, assim como eu muitos outros membros ficarão felizes em poder ajudar!